O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) concedeu, nesta segunda-feira (2), habeas corpus ao funkeiro Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, conhecido como MC Poze do Rodo. Preso desde a última quinta-feira (29) por suspeita de apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas, o cantor deverá ser liberado na manhã desta terça-feira (3), após a formalização do alvará de soltura.
Com a decisão judicial, MC Poze do Rodo poderá responder às acusações em liberdade, enquanto as investigações seguem em andamento.
A decisão, proferida pelo desembargador Peterson Barroso Simão, da 1ª Vara Criminal da Região de Jacarepaguá, revoga a prisão temporária do artista. O magistrado considerou que a detenção era “excessiva para o prosseguimento das investigações”, destacando que não há, até o momento, comprovação de que Poze estivesse em posse de armamento, drogas ou outros itens ilícitos.

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Em sua decisão, o desembargador criticou a forma como a prisão foi conduzida, classificando-a como “desproporcional, com ampla exposição midiática”. Ele ressaltou a importância de direcionar os esforços policiais aos líderes de facções criminosas, afirmando que “é preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas”.
Para permanecer em liberdade, MC Poze deverá cumprir uma série de medidas cautelares, incluindo:
- Comparecimento mensal à Justiça, até o dia 10 de cada mês, para informar e justificar suas atividades;
- Proibição de se ausentar da Comarca do Rio de Janeiro sem autorização judicial;
- Obrigação de manter telefone e endereço atualizados, informando qualquer mudança;
- Proibição de contato com outros investigados no inquérito ou com pessoas ligadas ao Comando Vermelho;
- Entrega do aporte à Secretaria do Juízo, caso o possua.
Nas redes sociais, a equipe do cantor convocou os fãs para uma manifestação pacífica e organizada em frente ao Complexo de Gericinó, nesta terça-feira (3), a partir das 13h, para demonstrar apoio ao artista.
A prisão de MC Poze gerou debates sobre a criminalização do funk e a atuação das autoridades em relação à cultura periférica. Organizações e ativistas destacaram a importância de distinguir a arte da apologia ao crime, enfatizando a necessidade de respeitar a liberdade de expressão e os direitos culturais das comunidades.